quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A volta do mimimi de sempre

Eu nunca pensei que fosse voltar a me sentir assim. Não tão rápido ou de repente, ao menos.
Há pouco tempo atrás, por alguns poucos e inesquecíveis meses, eu provei das melhores coisas da vida. Eu provei de novo tudo aquilo que eu buscava desesperadamente há tantos anos.

Eu provei das boas surpresas, do maravilhoso inesperado;
Da solidão independente e, ao mesmo tempo, da companhia dependente;
Do sentir-se capaz e sentir-se segura. Forte, (quase) destemida;
Amada, amando, esperada, esperando;
Auto-suficiente, finalmente.

Do viver um dia por vez, sem pressas do amanhã ou ganas do passado;
Da aceitação do destino e de tudo o que ele tinha a me oferecer.
Do esperar, conhecer, analisar, concluir e curtir cada detalhe
de cada objeto. De cada paisagem. De cada pessoa. De cada momento.

Eu provei da superação. E da fé
nos outros, em mim, no mundo.

Olhava pra quase todas essas postagens e sentia repulsa. Vontade de apagar tudo: nesse blog, dessa vida. Nada mais disso me pertencia. Finalmente o meu caminho parecia ter ressurgido, mesmo que ainda incerto.
E eu finalmente me sentia preparada para enfrentar o próximo dia, fosse lá o que ele tivesse para me trazer.

Mas de repente me flagrei enfraquecida outra vez.
Sem piso, sem direção;
um tanto sufocada, tamanha perdição.

De repente me flagrei escrevendo aqui outra vez.

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(Juro que não queria tornar esse blog um poço de lamentações, mas toda vez que sinto vontade de confessar essas coisas, acabo vindo parar aqui. É bom ter onde despejar o entulho da casa)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

______.

A vontade de compartilhar ideias, pensamentos, pontos de vista e não conseguir fazê-los com ninguém além de si mesmo é desolador. Mergulhar numa conversa por horas, discutir sobre um assunto qualquer, falar a mesma língua mesmo que sob diferentes perspectivas, quebrar a cabeça, desenvolver novas opiniões, desfazer as mesmas, descobrir um mundo novo a cada momento... Parece tudo tão longe, tão mais inalcançável a cada dia. Aquela sensação de evolução, crescimento, mudança, progresso, a construção de si mesmo, e até mesmo o mundo; acaba tudo soando tão pequeno e limitado. É como se o certificado de existência própria não passasse de uma grande farsa.

Eu sinto saudade de ontem, eu sinto falta de outrem.
Eu sinto            .

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nota

Queria ser dessas pessoas que tratam a vida como um livro aberto, mas ainda não consigo lidar com gente que - diz que - lê a história e depois sai contando versões distorcidas por aí. Prefiro que não a conheçam então.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Desconhecer o conhecer

Você não se mostra. As pessoas não se aproximam por te desconhecer.
Um dia, soam lhe convidar a se mostrar.
Momento ou outro, pouco a pouco, então você se mostra. E não dá tempo: as pessoas se afastam por suporem te conhecer.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um pouco sobre o que.

Você se sente tão desesperada-inconscientemente sozinho, que se submete à coisas que não faria, à ideias que não pensaria, à pessoas que não se importaria. E quando menos percebe, já se perdeu de si mesmo.

Como se reencontrar numa situação tão bagunçada sob um mundo tão caótico? Como manter os pés firmes sobre um chão que lhe foi retirado há tempos?

Cansei de questionar cada passo, cada movimento, cada suspiro meu. E de me remoer por cada um sem saber se foi o melhor que eu pude fazer - ou ao saber que não foi.
Eu quero respostas. Um chão firme novamente, e fixo. Um caminho esclarecido - e feliz - a trilhar.
Eu quero que me reencontrem. E quero me reencontrar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Distinção (Pessoal) de Gêneros

Me aventurando por sites e notícias ontem, na internet, encontrei uma notícia um tanto polêmica e curiosa aqui.

Antes de tudo, quero esclarecer que venho comentar essa história, porque, mais que uma opinião sobre um caso isolado, isso gerou um ponto de vista meu (saindo quentinho do forno após longas horas de preparação, aliás) sobre um assunto muito mais abrangente e relevante que um simples pitaco superficial sobre a vida alheia. E tudo isso se tornou mais uma reflexão pessoal que eu gostaria de compartilhar. Enfim...

Essa preocupação dos pais com o filho é, de fato, importante. Querer que ele não tenha influências externas que o levem a ter uma visão preconceituosa sobre as diferenças de gêneros, por menor que seja, é altamente compreensível, e sou de acordo (isso, claro, se as minhas interpretações sobre o objetivo deles estiverem de acordo com a realidade).
Mas a questão é: ter escondido do menino que HÁ SIM dois gêneros diferentes iria realmente atingir esse objetivo?

Penso que não.

A existência física de dois gêneros distintos é um fato, é real. Homens nascem com pênis, mulheres nascem com vulvas (salvo algumas exceções, como o caso dos hermafroditas). HÁ SIM o sexo masculino, HÁ SIM o sexo feminino. E negar isso talvez, ao invés de esclarecer, só confundiria ainda mais a mente do garoto. Até porque, vejamos bem, mais cedo ou mais tarde ele descobriria que "eita! Aquela outra pessoa ali tem um risquinho no lugar do penduricalho. Que coisa estranha!" (e isso, possivelmente, pode ter sido uma das razões para os pais não terem dado continuidade à omissão da existência dos gêneros).

Uma solução que vejo como possibilidade para evitar esses preconceitos machistas que, percebam ou não, ainda são sim muito fortes e negativamente influentes na sociedade "evoluída" atual, é deixar insistentemente claro aos filhos, desde pequenos, que as distinções entre os gêneros são APENAS físicas, de CORPO. Em outras palavras, de SEXO. E que os fins disso não passam de funcionais quanto a procriação da espécie. Afinal, apenas uma mulher tem o poder de carregar um filho até que esteja pronto para nascer, seja ele dela ou não. E, para isso, também é preciso de uma parte que só o homem pode doar, independente de métodos (como coito ou inseminação artificial, por exemplo).
Ou seja, as diferenças EXISTEM, e tem lá o seu propósito, mas não tornam um gênero melhor que outro. E diferença não é sinônimo de desigualdade aqui.

Mente e alma humanas, ou melhor, qualquer espécie de mente e alma, não tem gênero. Elas só parecem ter, às vezes, porque sofrem diariamente influências de valores culturais que CRIARAM desigualdades inexistentes sobre elas. Na verdade, talvez, a única diferença real entre mentes de gêneros físicos distintos, seja proveniente de influências hormonais que agem sobre elas (e que, aí sim, depende um pouco do sexo, já que eles dominam hormônios diferentes). Mas, enfim, não acredito que seja de proporção relevante.
A questão é que ideias, pensamentos e sentimentos são o que formam mentes, que, só por sua existência, nada mais são que as próprias almas. Além do mais, nada disso é palpável. São todos aspectos abstratos; não passam de psicológicos formados por impulsos cerebrais. E cérebro é o "mesmo" pra todo mundo.

Escrevo '"mesmo"' porque, obviamente, é muito relativo. É que, se formos analisar um a um, fica evidente que a diferença varia de indivíduo para indivíduo. Todo ser animal, para estar vivo, precisa de um cérebro. Mas cada um sofre influências e estímulos diferentes, formando misturas peculiares e, consequentemente, mentes únicas.
Eis aí, portanto, a grande diferença real entre o cérebro masculino do feminino: nenhuma além da individual de cada ser.

Temos , cada um, preferências, gostos, genética, experiências, desejos, princípios, vontades, limitações, capacidades, dificuldades, habilidades, convicções, históricos, VIDAS, e uma infinita lista de outros aspectos pessoais, pertencentes única e exclusivamente a cada um de nós, apenas. Independente do que carreguemos entre as pernas.

Por fim, retomo brevemente algo que já escrevi, só para reforçar: as distinções entre os gêneros são apenas físicas. Mas físico não se aprofunda, não passa de superfície. Sua única utilidade real (quando existente) é ter uma função específica. Fora isso, qualquer julgamento ou questionamento é descartável.


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Antes de encerrar o post por completo, mais algumas notas que acho importante deixar (não pontuei durante o texto para não sair do foco):

1) "Querer que ele não tenha influências externas que o levem a ter uma visão preconceituosa sobre as diferenças de gêneros, por menor que seja, é altamente compreensível, e sou de acordo" Mas, a não ser que esteja isolado de qualquer contato humano em uma ilha, acho impossível impedir influências externas na formação de uma pessoa. Não acredito MESMO;

2) "A existência física de dois gêneros distintos é um fato, é real. Homens nascem com pênis, mulheres nascem com vulvas (salvo algumas exceções, como o caso dos hermafroditas)"
Geralmente hermafroditas acabam optando por um único sexo, não dependendo necessariamente do órgão reprodutor que carregam. E não se deve ligar para o que foi escolhido por eles. Na verdade, ninguém deveria ligar para escolhas alheias quando não se é, de fato, prejudicado por isso. Além do mais, escolhas também pertencem única e exclusivamente a quem as faz. Não cabe a nós, meros espectadores, julgar ou questionar.
(E o mesmo vale para mim com os homo, trans e bissexuais, antes que me perguntem);

3) As funções exclusivas dos gêneros físicos as quais me refiro, são REPRODUZIR seres de uma mesma espécie. Não necessariamente CRIAR ou EDUCAR;

4) Relendo a notícia agora, no último minuto antes de publicar o post, percebi que, na verdade, os pais esconderam de OUTRAS pessoas o sexo do garoto; não necessariamente dele mesmo. Então ignorem a minha indagação sobre a eficácia do método como uma crítica à ELES, e entendam como um questionamento geral para casos como os que eu interpretei (que, em algum lugar do mundo, devem acontecer). [É que não aguento mais mexer nesse post, rs]

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sobre julgamentos não-superficiais.

Sinceramente, já passei daquela fase onde os critérios básicos de avaliação para a minha aproximação de uma pessoa são seus níveis intelectuais. E acho uma grande besteira desprezar pessoas "comuns" só por elas o serem.
Primeiro, porque é estar se sobrestimando sem qualquer humildade.
Segundo, porque ninguém escolhe onde nasce e como é criado - e pessoas que "pensam mais" deveriam ter essa noção.
Terceiro, porque todo mundo tem um pouco de cultura popular dentro de si, querendo ou não.
Quarto, e por último, porque reclamar/desprezar não muda nada além do status social de quem o faz, que, é claro, agora encontra-se no andar (da elite narcisista - à alguns passos de fascista) intelectual.
Com certeza, olhar pra "mente" das pessoas é importante e, além de ajudar a definir quem elas são, pode sim ser imprescindível na construção de uma amizade. Mas não deve ser o essencial para fazer o julgamento que define se irá permitir uma aproximação ou manter a distância de alguém.
Há algo muito mais importante (e talvez mais complexo) para enxergar-se antes: o coração. Uma mente pode ser construída e desconstruída o tempo todo, enquanto um coração é apenas reflexo da essência de "bondade" do espírito de uma pessoa (e, posteriormente, esse reflexo mesclado ao de experiências pessoais - mais conhecido como impurezas).
É o coração que, somado à uma parte da mente, definirá o caráter de alguém.

E, particularmente, já há alguns anos, tornou-se o que importa pra mim.